one day

e agora que se está a aproximar cada vez mais a hora começo a ficar com um friozinho na barriga.
ah, e medo. sim. um bocadinho de medo.
mas o resultado será uma melhoria clara na minha qualidade de vida, por isso: bola para a frente!!

M.

ainda no outro dia conseguia pegar em ti só com uma mão...
e já passaram dois anos. dois anos em que descobri que o amor de mãe se multiplica.
apesar de, para mim, cada uma das minhas filhas ser especial à sua maneira.
parabéns M. e que venham mais cabelos brancos e sustos de coração apertado.

anjinhos de Natal

há três anos que o nosso Natal tem mais magia, graças à @na pois foi ela quem nos apresentou os Anjinhos de Natal:

Os anjinhos são crianças desfavorecidas, às quais o Exército de Salvação, com a nossa participação e de colaboradores de muitas empresas ajudam a ter um Natal mais alegre. As crianças mais carenciadas são seleccionadas pelo Exército de Salvação, que faz a pesquisa no terreno junto das famílias mais necessitadas e com o apoio das assistentes sociais nas escolas. Depois de seleccionados os nomes e idades das crianças são colocados num cartão com o pedido da prenda.



O anjinho é o cartão onde vem mencionado a idade e o presente da criança em causa; um brinquedo e um fato de treino para a idade. Todos os anjinhos correspondem a uma criança específica, por esse motivo em todos os presentes deve ser colocado o número correspondente à criança, este número vem mencionado no cartão-anjinho e no email onde recebem a informação.




Estes pedidos devem ser feitos no máximo até dia 15 de Novembro e a data de entrega dos presentes será feita até ao dia 30 de Novembro nos locais mencionados.

já  'conheço' os anjinhos deste ano e a nossa árvore vai voltar a ficar mais rica com a presença dos anjinhos.
em tempos de crise não custa nada, ou não custa assim tanto, poder fazer feliz mais duas crianças que não as minhas.

resistências

quatro semanas de infantário. uma faringite viral.
duas semanas de infantário. para já um dia de febre...
para quando as resistências?!

verão e outono

sou míuda de verão. não sei se por ter nascido na estação, mas sou míuda de verão.
este outono está a ter mais de verão que propriamente da estação que lhe dá nome.  e assim, este ano, as minhas estações preferidas estão mais perto uma da outra.
no verão há praia. mergulhos de mar. areia a escaldar porque os chinelos aleijam. redes que trazem os peixes quando o sol se começa a pôr (lembro-me como se fosse ontem, de eu e o meu pai vermos os peixes prateados a saltar na areia molhada e tentarmos adivinhar-lhes os nomes). bolas de berlim com creme. cornetos de morango. amoras das silvas do cimo da ladeira, quase junto à eira onde o milho secava depois de espontado. banhos de mangueira no quintal. muito rápidos, antes que a água fosse acabaar pois era hora de chegar toda a gente a casa. melão fresquinho. morangos. uvas morangueira da latada que fazia sombra sobre a mesa das refeições. sestas para retemperar energias. mergulhos no mar. e praia.
mas, o outono que -só - agora começa também me encanta.
a palete de cores nas árvores. entre os laranjas, castanhos e amarelados. o carro das castanhas a fumegar e a trazer o cheiro até nós quando o vento está de feição. aquela brisa fresquinha de manhã e à noite que obriga a um casaco mais forte. as primeiras chuvas. o cheiro da terra molhada. o sol de fim de tarde (exceto quando se conduz). as torradas inundadas de manteiga que se começam a comer. o cacau quente, quase que a chamar o frio do inverno. o cheiro da praia que agora passa a ser diferente. e podia escrever tantas coisas mais...
elas pulam lá dentro na cama e as gargalhadas ecoam pela casa.
de tal maneira que os gatos vieram para a minha beira tal é a excitação.
é tão bom ser pequenino e não entender patavina do que acontece no país e lá fora...
(a maior já sabe que o pai Natal não vai, novamente, poder trazer muitos brinquedos aos meninos, e até já combinámos em dar aqueles com que ela não brinca mais: mas deixamos a M. escolher alguns para ela, disse).


dois filmes sobre o amor.
cada qual conta a história à sua maneira.

da Suécia

chegou o prémio nobel da literatura.
para Tomas Transtromer. aos 80 anos.
entre outros, escreveu este sobre a minha Lisboa.

LISBOA


No bairro de Alfama os eléctricos amarelos cantavam nas subidas.
Havia duas prisões. Uma delas era para os gatunos.

... ... Eles acenavam através das grades.
Eles gritavam. Eles queriam ser fotografados!
"Mas aqui", dizia o revisor e ria baixinho, maliciosamente,
"aqui sentam-se os políticos". Eu vi a fachada, a fachada, a fachada
e em cima, a uma janela, um homem,
com um binóculo à frente dos olhos, espreitando
para além do mar.

A roupa pendia no azul. Os muros estavam quentes.
As moscas liam cartas microscópicas.
Seis anos mais tarde, perguntei a uma dama de Lisboa:
Isto é real, ou fui eu que sonhei?

(retirado da net. tradução de Luis Costa)